quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A cal em questão


Setor da cal ganha selo de responsabilidade socioambiental


Giuliana Capello
Revista Arquitetura & Construção – 11/2009


Integrante da cesta básica de materiais de construção, a cal entra na composição de argamassas e misturas para pintura. O material provém da extração do calcário, atividade mineradora que requer licenças, gerenciamento e mitigação de impactos ambientais. Há 15anos, o grande desafio do setor era aumentar a qualidade dos produtos. Em 1995, quando teve início o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), o índice de não conformidade beirava os 90%. De lá para cá, caiu para 15%. Agora, grandes consumidores passaram a exigir mais: compromisso com boas práticas de produção, gestão ambiental e saúde do trabalhador.

Por isso, este ano a Associação Brasileira dos Produtores de Cal (ABPC) e o Instituto Totum lançaram o Programa Selo ABPC de Responsabilidade Socioambiental. “Vamos valorizar as empresas que atendem a esses critérios e incentivar outras a incorporá-los”, diz Mauro Adamo Seabra, secretário executivo da entidade. “É uma medida útil, que ajuda o consumidor”, avalia Vanderley John, do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS).

ACERTE NA COMPRA
O Brasil tem mais de 200 empresas produtoras de cal. “A maioria não renova sua tecnologia há mais de um século”, afirma Vanderley John. Por isso, na hora da compra, vale a pena observar:

- Se o produto possui o selo de qualidade da ABPC, que segue os parâmetros do PBQP-H. Ele atesta que a cal passou nos testes que verificam sua composição físico-química e a veracidade dos dados da embalagem.

- Se o fabricante está no Programa Selo ABPC de Responsabilidade Socioambiental, concedido aos produtores com habilitação e idoneidade jurídica, compromisso com boas práticas de produção, saúde ambiental e do trabalhador e responsabilidade social. Nove marcas já estão em processo de certificação. Até dezembro, a relação deve estar no site da ABPC.

Fonte:
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/construcao-sustentavel-responsabilidade-socioambiental-selo-cal-514881.shtml

Reduzir, reutilizar, reciclar



Uma pessoa produz 1,5 kg de lixo por dia. Para baixar esse índice, reduza, reutilize e recicle.


Especial Casa Sustentável* – 08/2009


Embalagens, copinhos de café, sacolas plásticas e restos de alimento são apenas parte dos rastros que deixamos para trás todos os dias. O peso, para o qual ainda estamos longe de encontrar a solução definitiva, recai sobre o planeta: cada pessoa produz em média 1,5 kg de resíduos por dia. Essa engrenagem é,parcialmente, movida pelo desejo. Compramos, consumimos e descartamos em ritmo frenético.

A dica, portanto, é dar preferência a produtos de vida longa, um dos princípios do ecodesign. A prática dos três Rs – reduzir a quantidade de resíduos, reutilizar materiais e reciclar por meio da coleta seletiva – é a melhor maneira de diminuir o impactodo seu lixo na natureza.

E OS ORGÂNICOS?
Restos de comida, folhas e podas de jardim. Nas cidades, o lixo orgânico representa até 60% do total de resíduos. Esse número reflete um desperdício: no Brasil, um terço dos alimentos vai para o lixo. Planejar as compras e aproveitar sobras em sopas, bolinhos e geleias são bons caminhos para combatê-lo.

Trituradores de lixo não são recomendados, pois obstruem a rede de esgotos, aumentam a carga orgânica e contribuem para a poluição da água nas cidades onde o esgoto não é tratado. Sem falar no aumento no consumo de energia. Prefira a compostagem (transformação do lixo orgânico em adubo), que pode ser adotada até em apartamentos.

Fonte:
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/reduzir-reutilizar-reciclar-495966.shtml

A cartilha do bota-fora


Papéis sujos e amassados, plásticos laminados e fraldas não são recicláveis. Copos descartáveis, frascos de remédio e escovas de dentes usadas podem, sim, ser reaproveitados. Confira a seguir o que fazer com seu lixo

Daniel Nunes Gonçalves
Revista Veja São Paulo – 05/08/2009

RESTOS DE COMIDA
O lixo orgânico representa 57% dos rejeitos paulistanos. Quem quiser transformar cascas de frutas e legumes em adubo para plantas pode montar ou comprar uma composteira. Também chamados de minhocários caseiros, esses sistemas têm minhocas vivas que transformam os restos de alimento em compostos orgânicos. Estão à venda nos sites moradadafloresta, lixeiraviva, composteira e minhocasa.

ÓLEO DE COZINHA
Jogado no ralo, 1 litro de óleo de cozinha usado contamina até 20 000 litros de água. Para transformá-lo em sabão, coloque-o em garrafas plásticas e leve para os supermercados Pão de Açúcar. Condomínios podem fazer o mesmo com os galões de 50 litros vendidos, por 30 reais, pela ONG Trevo.

MÓVEIS E ENTULHO
Resíduos de reformas, móveis velhos e restos de poda de árvores com volume de até 1 metro cúbico, que não são grandes a ponto de justificar o aluguel de uma caçamba, devem ser levados a um dos 37 Ecopontos da cidade. A lista completa está no site da Limpurb.

CELULARES, BATERIAS E CARREGADORES
Com a sanção da lei estadual que institui normas para reciclagem e destinação final do lixo eletrônico em São Paulo, as lojas de celulares passaram a ser obrigadas a receber aparelhos usados. Baterias, por exemplo, contêm metais pesados perigosos que não devem ir para aterros. Só as lojas da Vivo reciclaram, no primeiro semestre de 2009, mais de 74 000 itens. As 376 agências dos bancos Real e Santander na cidade, que recolhem celulares, pilhas e baterias, reciclaram 17,8 toneladas no mesmo período.

REMÉDIOS E SERINGAS
Os vidrinhos vazios e bem lavados podem ir para o cesto comum, mas remédios vencidos e seringas usadas devem ser encaminhados para incineração em hospitais e postos de saúde. Para evitar acidentes com os coletores, guarde as seringas em caixas ou embalagens rígidas.

PILHAS E BATERIAS
A coleta de pilhas e baterias começou a ser feita nas lojas da Drogaria São Paulo em 2004. Tudo é reciclado pela empresa Suzaquim, de Suzano. Dois anos depois, surgiu o Programa Papa-Pilhas, dos bancos Real e Santander, que já coletou 56,7 toneladas de pilhas, baterias e celulares.

LÂMPADAS USADAS
Como contêm mercúrio, um veneno perigoso, em sua composição química, as lâmpadas fluorescentes exigem cuidados especiais ao ser descartadas. Poucas empresas fazem a reciclagem – uma delas é a Apliquim.Tratado, seu vidro pode ser usado em pastilhas e materiais de construção. Caso a lâmpada se quebre, é preciso evitar inalar a substância de seu interior ou tocar nela. Já as lâmpadas incandescentes convencionais podem ir para o fundo dos aterros comuns.

ELETROELETRÔNICOS
Com destino ainda indefinido, computadores, televisores e outros equipamentos quebrados não têm um caminho seguro fora dos aterros sanitários. O site lixoeletronico.org lista empresas que aceitam doaçõe dos que funcionam e outras que cobram para reciclar os quebrados.

PNEUS VELHOS
Todos os meses, 12 000 toneladas de pneus sem possibilidade de recauchutagem são coletados para reciclagem na cidade. O Programa de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis da Reciclanip, uma entidade formada pelos fabricantes, transforma-os em materiais como solado de sapato e borracha de vedação. Há uma lista de pontos de coleta no site reciclanip.com.br.

ISOPORES
Embora ainda tenham baixo valor de mercado e sejam desprezados em algumas cooperativas, os isopores podem ser reutilizados. Inclua-os junto com os plásticos. O tipo EPS (poliestireno expandido), comum em embalagens de eletrônicos, é mais aceito que o XPS (poliestireno extrudado), usado em bandejinhas de alimentos.

Links:

http://www.moradadafloresta.org/
http://www.lixeiraviva.blogspot.com/
http://www.composteira.com.br/
http://www.minhocasa.com/
http://www.trevo.org.br/
http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/servicoseobras/limpurb/
http://www.bancoreal.com.br/index_internas.htm?stUrl=/sustentabilidadenobancoreal/praticasdegestao/Paginas/papapilhas.aspx
http://www.apliquim.com.br/
http://lixoeletronico.org/
http://www.reciclanip.com.br/?cont=press_release&tipo=interno&id=364
http://www.reciclanip.com.br/

Fonte:
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/reciclagem-lixo-bota-fora-489791.shtml

Poluição cano abaixo

Coleta de óleo de cozinha alcança 1,3 milhão de litros por mês, mas isso representa apenas 5% do que é descartado


Simone Costa
Revista Veja São Paulo


A cada seis meses, a administradora de empresas aposentada Ana Maria Cantarella, síndica de um condomínio residencial na Vila Mariana, precisava mandar desentupir os canos de sua rede de esgoto. Essa situação mudou há um ano, quando ela implantou a coleta de óleo de cozinha. “Todo mês, recolhemos cerca de 20 litros” , conta Ana Maria. “Parece pouco, mas já deu resultado.” Quando vai pelo ralo, a gordura causa estragos.

“Ela funciona como uma cola entre outros dejetos, formando pedras que obstruem a rede”, explica o engenheiro químico Marcelo Morgado, assessor de Meio Ambiente da Sabesp. Apenas 1 litro desse resíduo pode contaminar 25 000 litros de água. Como o condomínio de Ana Maria, cerca de 4 000 prédios recolhem óleo usado atualmente na cidade. Há três anos, eram 400. Apesar do crescimento, esse número ainda é pequeno: estima-se que 1,3 milhão de litros de óleo sejam coletados todo mês na Grande São Paulo, o que corresponde a apenas 5% do total descartado.

Uma das pioneiras na coleta de óleo em São Paulo é a Sociedade dos Amigos e Moradores do Bairro de Cerqueira César (Samorcc). Em 2006, a presidente Célia Marcondes procurou a ONG Trevo, que recolhia o resíduo em estabelecimentos comerciais desde 1992, para implantar a coleta em sua região. “Contamos com o apoio da Sabesp e da prefeitura, mas o poder público deveria ser mais atuante, fazendo campanhas de conscientização”, afirma Célia, que neste ano criou a ONG Ecóleo.

De acordo com Rose Marie Inojosa, diretora da Umapaz, instituição de educação ambiental ligada à Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, é preciso agora mostrar à indústria a importância do óleo de cozinha. “ Esse resíduo tem valor comercial. Serve, por exemplo, para a fabricação de sabão, de massa de vidraceiro e de biodiesel”.

Coordenador do Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas (Ladetel) da USP de Ribeirão Preto, o professor Miguel Dabdoub considera que o melhor destino para o resíduo é sua transformação em biodiesel, já que a demanda é crescente. Por lei, o diesel comercializado nos postos deve ter a adição de um porcentual de biodiesel, que a partir de 2010 será de 5%. “O maior problema é que a indústria não está preparada para trabalhar com o material usado, que requer mais conhecimento técnico”, diz.

Atualmente, o Ladetel recolhe cerca de 200 000 litros de óleo por mês, que são transformados em biodiesel destinado à frota do laboratório. A equipe de Dabdoub conseguiu desenvolver um método que transforma 1 litro de óleo residual em 1 litro de biodiesel. Na indústria, a eficiência de transformação é de cerca de 85%. Isso significa que 1 litro de óleo descartado resulta em 850 mililitros de biodiesel.

Ainda assim, se a coleta é feita em larga escala, torna-se viável. ' E engana-se quem pensa que é suficiente descartar o óleo no lixo comum, em garrafas plásticas, no lugar de jogá-lo cano abaixo. Em caso de vazamento, pode haver a contaminação do solo e do lençol freático. Uma boa notícia: em julho, o Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de São Paulo (Sindipan) lançou uma campanha para que as padarias da cidade deixassem à disposição dos clientes um contêiner para o descarte de óleo. Até agora, 82 desses estabelecimentos aderiram.

ONDE DESCARTAR
Quem mora em casa deve procurar o ecoponto - local para despejo gratuito de dejetos - mais próximo.
Para condomínios, a ONG Trevo vende por 30 reais um recipiente de 50 litros e faz a coleta assim que ela fica cheia.


Fonte:
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/poluicao-cano-abaixo-511102.shtml

Faço sabão com óleo usado


O que iria para o ralo ganha nova utilidade. Com 25 litros faço 120 barras por mês*

Kátia Kazedani
Revista Sou Mais Eu! - 26/03/2009

*Eliana Parisi, 54 anos, professora, São Paulo, SP

Uma palestra foi o suficiente para eu mudar minha forma de pensar. Há três anos, ouvi que 1 litro de óleo de cozinha poderia contaminar 1 milhão de litros de água. Eu fiquei muito impressionada com essa informação e decidi fazer algo para contribuir com o meio ambiente. Pra começar, pesquisei muito na internet e descobri que o óleo, que é tão poluente, poderia virar sabão. Daí em diante não perdi tempo. Comecei a agir no meu prédio.
Fiz uma carta para esclarecer os danos que o óleo causa quando é descartado no ralo da pia e distribuí a todos. Mas o resultado não foi bom. Apenas quatro pessoas me doaram gordura para fazer sabão no primeiro mês. Mesmo assim, eu não desisti.
Distribuo as barras aos doadores e a instituições
Para me ajudar nesta causa, contei com uma amiga. Juntas passamos a divulgar essa iniciativa e botar a mão na massa. Hoje, pegamos um fim de semana por mês para fazer barras de sabão com o óleo que recebemos. Conseguimos coletar cerca de 25 litros todo mês, o que é suficiente para fazer 120 barras de sabão. Tudo o que reaproveitamos é devolvido a quem nos doou ou doado para asilos, creches e escolas. No entanto, também dá para ganhar dinheiro com o sabão. Gastamos cerca de R$ 0,50 por barra, que pode ser vendida a R$ 1. Sei que o que eu faço pode parecer pouco diante de tantos problemas ambientais. Mas, se cada um fizer a sua parte, podemos melhorar o mundo, sim.


Fonte:
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/atitude/conteudo_430425.shtml

Nada se perde, tudo se transforma


Conheça iniciativas que facilitam a vida do consumidor que quer reciclar o lixo que produzimos dentro de casa

Mariana Lacerda
Revista Vida Simples – 08/2009

Tudo bem, você já sabe direitinho o que fazer com o lixo: reciclagem. Ato trivial, mas que deve ser simplificado. Essa é a ideia do site Rota da Reciclagem. Digite seu endereço que o site indica o local mais próximo de você para recebimento ou compra do plástico, vidro, papel e metal descartados. Já o lixo orgânico pode ser transformado em adubo por meio de uma composteira.

A empresa Menos Lixo, de São Paulo, ensina como escolas, empresas, associações e moradores de condomínios podem se organizar para fazer composteiras comunitárias. Mas, se o problema for espaço, a Minhocasa, de Brasília, oferece um kit de três caixas plásticas (R$ 215 ou R$ 315, em dois tamanhos, sem o frete), ótimo para apartamentos ou casas sem quintal. Nas caixas, as minhocas se alimentam do lixo orgânico e produzem, ali, o húmus que vai para a horta ou jardim.

Contudo, vale o alerta: "A reciclagem não dá conta da imensa quantidade de resíduos que geramos", diz Patríca Blauth, bióloga e diretora da Menos Lixo. Sendo assim, consciência na hora do consumo. "É mais interessante trocarmos os filtros de papel de coar café por coadores de pano", diz Patrícia, citando um exemplo de consumo sustentável.

Fonte:
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/lixo-reciclagem-composteira-adubo-minhoca-494791.shtml